segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Teu rosto lindo.

Boca abrasadora que toquei.
Lábios carnais, regularmente adentrei.
Freqüentei tua alma - minha, alma-meia,
Enrolei-me dentro dos teus olhos vastos,
Subterrâneos, crescem como a lua-cheia.
Poderia mergulhar perdidamente neles,
Mas teus sorrisos brancos-dentes me fascinam
E Iluminando o peito, vibrantemente-alucinam.
Já os traços lineares do teu rosto,
Forma escultural do bom gosto
Branda as espadas das belezas,
Forjada com aço e fogo
Amo todos teus defeitos,
Até tuas olheiras são perfeitas.


[Júlio Henrique]

sábado, 21 de agosto de 2010

mente,

Naquele dia eu tinha descoberto que não era só o cemitério que tinha aquele cheiro sufocante de flores. Então parei, me concentrei e apertei os cintos, e rapidamente estava em outra rua(inclusive a que eu volto todo santo dia pra casa),mais do que qualquer outro dia eu podia sentir 'Mr. Tambourine man' tocando fielmente nos meus ouvidos.
Notei que podia encostar a cabeça que não correria o risco de cair, senti segurança em algo que eu nem sabia que existia realmente.
O vento soprava diretamente no meu rosto e o cheiro, aquele cheiro que sempre invade as minhas narinas como se procurasse território, invadia brutalmente, mas docemente minha alma e eram as flores,elas e aquele cheiro característico de flor de cemitério.

-Alguém sabe do cheiro que falo, ou só eu o sinto? se for seria uma loucura me causar essa sensação de satisfação que se enrola com a tristeza?

Imediatamente abri os olhos e desacreditei que tinha sentido esse cheiro, pois me deparava com aquele caminhão de lixo que estava diante dos meus olhos.

Ainda não acordei.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

doce ilusão.

Pegou em sua mão, curvou a coluna pra alcançar a linha dos seus olhos e falou docemente:
-Hey, calma não vou te machucar!
-Eu não quero mais você, é sério!
Abraçou-a então e ela pela primeira vez sentiu-se segura com ele, passaram tempos assim. Daí ele tira a flor em forma de botão que prendia seu vestido atrás.
-Não, melhor não fazermos isso...
Enquanto beijava o pescoço dela, perguntou:
-Tem certeza?
Não respondeu, sentia os pêlos da perna arrepiarem a cada passada leve de mão que ele dava, já estava lavada e parecia “que entrava enfim numa experiência superiormente interessante”. Ele ria, ela não entendia, mas deixou ele a despir sabia que era melhor ignorar a saudade e o excitação, sabia que era melhor ter ido estudar economia naquela segunda-feira, mas foi até ele e quando viu já estava dentro.
Ouvia-se gargalhadas dos dois, pareciam felizes e a música de fundo ela cantarolava : ai se eu tivesse autonomia, se eu pudesse eu gritaria amor ♪ Ele a levou pra debaixo do chuveiro, tomaram o melhor banho enquanto riam de nada, ela inclinava a cabeça pra frente pra não molhar o cabelo e tremia de frio, ele ria e parecia tão feliz, parecia que ela o fazia feliz...
-Vou fumar um cigarro!
Disse ela depois de vestida
-Sabe o que é, estou acordando muito cedo todo dia, preciso dormir!
-Ta me expulsando?
Ela perguntou assustada
-Não, to te avisando
Ele respondeu com um ar de irritação. Então ela levantou da cadeira, apagou seu cigarro, pegou suas coisas e foi sem ele se importar que realmente pareceu que a expulsou, sem se importar que já era muito tarde para ir sozinha ao ponto de ônibus, ser parecer ter qualquer carinho ou consideração por ela.
Após vários pensamentos ela conclui que realmente todos a querem, todos a querem pra puta.

Love me two times, baby!

Seria possível uma amizade que ultrapassou barreiras, encarou mudanças bruscas, sobreviveu a tanta diferença, se acabar sem que nenhum dos dois lados perceba?
Aquele papo que já não interessa mais pro outro, aquelas ideologias bobas que foram adquiridas com tanta facilidade e quando são defendidas irrita de tão imatura que é, aquele sentimentalismo que reclama de tudo, aquela posse que implica com qualquer nova aquisição de amizade, aqueles novos amigos que proporcionam conforto e segurança quiçá “status”, a falta de paciência de ter que agüentar as frescuras (frescuras essas que se conviveu por tanto tempo), o excesso de carinho de um, a falta de carinho de outro, e aquela imensa vontade de sumir e esquecer que se teve um amigo por tanto tempo.
Sempre achei que os amigos que são amigos há tanto tempo e que já provaram que estão do teu lado, e que já deram todas as provas que são fieis, não se esqueceriam de toda lealdade que lhe foi recompensada. Mas hoje, paro e penso, será que coisas tão bobas fazem as pessoas se afastarem, como um grito de socorro, como um estado de sufoco, por não suportarem mais as diferenças?
As mudanças vão surgindo e com elas eu quebro a cara comigo mesmo, me virando como eu posso. Quanto à solidão e o abandono a que sou submetida acontece eu aprendo a aniquilar minha imaturidade e meu drama, mas sendo egoísta o bastante pra dizer que o maior esforço pra que a amizade desse certo foi meu. E é isso, muito obrigada grande amiga.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

descrições bobas.

Não retornou, nunca ficou tanto tempo fora de casa, não atende seu aparelho celular, não entende seu coração, canta pra esquecer, canta pra se mostrar. Se mostrar pra quem?
Leva no peito a grande ilusão, se joga no chão, espera a embarcação, e a saudade da menina? se foi...
Corta o cabelo, não tem coragem pra cortar os pulsos, não tem perspectiva de vida, não pensa em mim, não pensa nela, deixou ela passar,têm um sinal pretinho pertinho do olho direito que se fecha quando sorrir. É lindo, mas não volta pra casa no domingo. É lindo, mas não ama. Tem a barba mal feita, não corta as unhas da mão direita pra não precisar usar palheta, argola prateada na orelha esquerda, nariz grande, canta pra se mostrar(de besta), sorri pra mim e pra quem passar, tem os olhos claros na luz quando reluz.
E ele diz que a cabeça flutua,
E ele canta com a melhor voz pra mim (de besta)
E ele diz :- Nathane, para de escrever e presta atenção que eu to cantando.
ai eu presto e empresto depois meu colo pra ele beijar.

domingo, 8 de agosto de 2010

ingredientes de domingo divertido-triste

Estive no quintal que ninguém nunca escutou, com a banda que ninguém nunca pisou.
[Me diverti]
Não bebi a cerveja em garrafa com o preço de uma cerva em lata.
[Sã fiquei]
Ouvi a música que tocou, que quase ninguém escutou e que deveria ser sucesso eterno.
[elas ganharam nomes novos]
O telefone gritou várias vezes e junto com o amor quente, sufocou.
[eu ri]
O violão quebrou a cachola do moço sentado na minha frente, mas ele não chorou.
[me preocupei]
Dois corações partidos na lanterna da 10º primeira, e o mengo perdeu :/
[não chorei]
Colhi uma flor que parecia uma arara.
[me exibi no ônibus com ela]


HEY chico, toca um rock pra eu dançar sozinha?

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

tolice parte ... (perdi a conta)

-Antes de dormir duas doses de vinagre com sal e azeite.
-Não ouse lembrar do passado, se lembrar não dê tanta trela.
-Se masturbe, talvez você consiga se distrair.
-Não pense nele enquanto se toca.
-Não consegue não pensar? experimenta chamar o vizinho pra lhe comer "de verdade"
-Furada né? melhor tentar ver um filme então.
-Escolheu um romântico "sem saber"? desliga a porra dessa TV.
-Já sei! as cartas, pegue aquelas cartas que os outros mandaram, releia, eles te amam, te desejam...
-Desculpa, vai, tenta deitar.
-NÃO, NÃO ATIIIIIIIIRA.
-Calma, respira, isso vai doer e mês que vem pouquíssimas pessoas lembrarão de ti...
-Isso, senta, pode deitar no meu colo se quiser. Deixa de tolice tá? eu te amo e isso vai passar.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Sonho intranqüilo. (parte 3)

Nos meus sonhos teus pés grandes congelavam ao tocar o chão. Era frio, estávamos na Suíça. Eram frios teus pés, teu pés e teu coração.
Como pude dormir tanto naquela terça-feira, tenho tanta coisa pra fazer, tantos livros para ler, um emprego para procurar, achar um moço para dançar... mas acabei dormindo e acordei com o pescoço molhado de suor achando que estava morrendo afogada.
Eu hein...