sábado, 22 de maio de 2010

quarta-feira, 19 de maio de 2010

A culpa é da lua.

Não adianta, o mundo não vai parar e dar exclusividade pra mim.
Não vai me dar o que quero.
Não vai me deixar mais bonita.
Não vai fazer que o carinha carinhoso, sincero(se é que existe), magrelo e alto olhe pra mim e perceba que eu sou a garota que ele sempre quis.
Não vai me por em uma linda história de amor ao menos uma vez na vida.
Não vai transformar minha vida de uma hora pra outra.
Não vai me lembrar que eu tenho muitas coisas que eu quero e tenho um Pai bom pra agradecer todo dia.
Não vai melhorar o meu relacionamento com a minha mãe, com a minha família, com meus amigos, enfim, com os seres humanos.
Não vai me dar dias lindos pra eu aproveitar. Não adianta.

Nem o mundo, nem ninguém. E esse papo de que tudo isso depende de mim pra acontecer? É muita responsabilidade, eu não aguentaria dar conta pra que tudo isso acontecesse.
Eu preciso de uma dose de sorte, mas não tem naquele bar que eu acabei de sair, não tem nesse ar que eu estou respirando, não tem naquela lua linda que está em minha frente, não tem na música gostosa que lambe meus ouvidos. Não tem.



Eu gosto da combinação verde com vermelho, eu gosto das minhas unhas vermelhas, eu gosto de fazer planos, eu gosto do Johnny Cash.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Aqui há paz e alegria.

-Mas eu não volto ao passado!
Ela grita já brava. Pega o carro que estava dirigindo naquela noite e vai embora. Mas abandona depois, porque acha que o carro que não era seu, fazia parte da vida que não era sua, do momento que não era pra ser vivido, do cigarro que não era pra ser fumado pois sabia do mal que faria a sua garganta arranhada por um blues mais cedo.
Desceu, deixou os vidros abertos, e tudo ligado, mas não foi propositalmente, nem percebeu que tudo estava passando. Seguiu, andou pouco, seu dia havia sido cansativo, mas feliz.
Quando finalmente respirou fundo, percebeu que tinha andado bem menos que achava ter andado, então subiu no ônibus, ele estava vazio, várias cadeiras vagas, alguns bêbados, havia músicos também, e trabalhadores felizes por estar voltando pra casa. Mas ela? só tinha medo, medo de ser atacada, mesmo sabendo que nem era bonita, mesmo sabendo que realmente estava acabada, como alguém havia comentado horas atrás. Falou sozinha, nem percebeu, estava com a voz rouca, mas feliz.
Subiu a ladeira, encontrou travecos, encontrou crianças, encontrou ladrões. Mas ninguém a percebeu. Ela até achava que estava invisível, e continuava com medo de ser atacada.
Quando entrou em sua rua achou ter ouvido vozes, mas não é que ouviu? ouviu sim, de um flamenguista e de um descamisado que olhava pras pernas da vizinha que acabou de correr pra pegar seu cachorro fujão. Chegando mais perto percebeu que a maioria dos seus vizinhos estavam na rua bebendo e comemorando sabe-se la o que, esse povo sempre comemora alguma coisa, menos eu, ela pensou, mas ficou feliz porque ela não decora almanaques pra parecer inteligente e muito menos discursa o quanto as pessoas devem ser éticas sem saber se podem ser sempre ou quase nunca, sabendo que a honestidade exige desafios. Ela tá feliz, mete a chave na porta, tira cuidadosamente as botas com chulé, e aliviada, agradece por estar intacta física e emocionalmente. Toma uma banho e descansa, mesmo com a garganta insistindo em coçar.

Sonhos intranquilos.

E a coisa mais bizarra aconteceu. Ela dormiu por 148 dias, sonhou coisas lindas, abraços, beijos, carinhos, calor, palavras doces. Por momentos chegou a pensar que já tinha morrido e que fez por merecer o paraiso. Correu, foi carregada, bem abraçada, aquecida no frio, andou por muitos lugares, conversou sobre tantos assuntos, contou tudo sobre sua vida, sorriu demais, agradeceu todos os dias por ter alcançado o tal paraiso que tantos dizem não existir, chorou de emoção por estar tão feliz, foi tão feliz.
Mas 148 dias de sonho parecia o bastante para ser só sonho. Ela não merecia tanto agrado. Sabe gente do tipo que não agrada a quase ninguém, mesquinha, boba, egoísta, efusiva demais, sincera que incomoda, usa e abusa todos os vícios e quase todos os pecados capitais, idiota? Então ela mereceu e ganhou embrulhado pra presente, e que presente, pesadelos recheados de ilusão.
Ela descobriu então que não foi amada. Que choque teve, sente até hoje que não vai se recuperar.
Ela foi traída. Não entendeu porque, já que fez tudo fora do convencional.
Ela ouviu muitas mentiras. Só porque decidiu que ia ser tudo diferente.

O sonho foi real demais pra não ser esmagado pelo pesadelo. E tudo que ela achou lindo e amou não passou de uma mentira.

Tadinha :~

grande-pequena moça.

Lá vem ela. Tão pequena. Tão grande. Música nos ouvidos, cabeça no mundo da lua, como uma amiga de longa data a define. Parece amarga, mas é tão doce que só quem está próximo percebe. Ela quer abraçar o mundo, diz todo dia :-Ah se todos pudessem amar como eu amo o mundo não teria lugares sombrios e tristes. Tem um poder nas mãos que nem percebe. Sempre ensaia um sorriso na frente do espelho, não pra usá-lo calculadamente, mas porque também o acha belo, como um irmão de outra realidade cósmica considera. Deseja uma saia vermelha com elefantes, tipo aqueles da Índia. Com a saia ela quer dançar pelo mundo inteiro, mas não sozinha, quer aqueles que não sabem dançar e por não saberem quando arriscam posam para os outros como bobos, e ela os acha lindos, sempre se lembra deles. E como ela gosta de abraçar, meu Deus, a menina abraça a qualquer um que queira apertá-la sinceramente, vive dizendo : - eu viveria feliz se tivesse um moço para me abraçar sempre. Ela sente frio, até quando a sua cidade natal está em chamas, não se sabe bem porquê, já procurou médicos porque o frio trás até reumatismo nas pernas, por isso há anos tem evitado o uso de mini-saias. Sente tanto frio que não suporta mais dormir em hotéis sozinha, precisa de alguém pra no meio da noite cutucar e dizer : - eii, me abraça, to com muito frio. E faz dengo, não pra fingir que é dengosa, mas porque é. E sabe essa moça deveria ser feliz e não é porque é melhor que ninguém, mas porque ela tem um coração cheio de amor pra dá pra quem quiser cuidar dele direitinho.


Qualquer coisa, eu passo o telefone dela pra quem se interessar.

A verdade²

A verdade

A porta da verdade estava aberta,
Mas só deixava passar
Meia pessoa de cada vez.
Assim não era possível atingir toda a verdade,
Porque a meia pessoa que entrava
Só trazia o perfil de meia verdade,
E a sua segunda metade
Voltava igualmente com meios perfis
E os meios perfis não coincidiam verdade...
Arrebentaram a porta.
Derrubaram a porta,
Chegaram ao lugar luminoso
Onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
Diferentes uma da outra.
Chegou-se a discutir qual
a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela
E carecia optar.
Cada um optou conforme
Seu capricho,
sua ilusão,
sua miopia

[Carlos Drummond de Andrade]




Hoje os poetas bateram em minha porta cedo, me mostrando em poesias tudo que eu nunca tinha parado pra pensar. Principalmente o Drummond, quando mostra que eu não posso transformar um homem no jeito que eu quero e aprender a conviver com as diferenças, principalmente do meu bom caráter com o mau caráter dos outros.

Infelizmente existem pessoas que só mostram meias verdades, ou fingem, ou mentem o tempo todo, e sem pudor nenhum. E sabe o que é pior, dormem como se tivesse a consciência tranqüila toda noite(é o que parece, eu ñ sei).

no lixo

Essa época do ano todos os meus vizinhos colocam tudo o que "não presta" na frente de suas casas pro caminhão de lixo levar. Móveis velhos, grande quantidade de lixo, essas coisas. O povo daqui de casa não têm muito o que contribuir pra esse lixo. Mas eu, hoje, penso bem, e vou jogar algumas coisas fora.
Organizando minhas coisas, eu decidi, não preciso mais desse amor imbecil que me faz amar sozinha, gostar sozinha, me dedicar sozinha, e o pior, sofrer sozinha.
Não preciso mais dessa dose elevada de paciência que eu tenho com as pessoas, de aceitar sempre o tempo delas, de aceitar as coisas que elas dizem, que me magooam, sem pestanejar, achando que elas estão cobertas de razão.
Não quero mais esse lado bom que têm dentro de mim, que faz as pessoas me admirarem, mas não faz elas pensarem por um instante em serem boas comigo também.
Quero jogar fora essa acolhida que eu falo pra qualquer um, deixando-o entrar no meu coração, estraçalhar, e sair sorrindo, enquanto eu fico chorando.
Não desejo mais, não me admiro mais por essa dependência das pessoas pra estar bem, ora nunca ninguém precisou de mim pra ficar bem, só pra se sentir alguém melhor, resumindo, pra massagear ego.
Não quero mais esse carinho que eu sinto pela raça humana, eu não quero mais só dar carinho.
Não desejo mais que alguém confie em mim, no final tudo serve pra nada.
Não quero mais beijos sem paixão, não quero mais amor carnal.
Não quero mais satisfazer ninguém.
Não quero mais perder meu tempo escrevendo, contando, demonstrando as coisas que eu sinto. Isso tudo no final só serve pra que alguém enfie tudo no meu cu, sem perguntar se tá doendo ou não. No final isso se mistura com as fezes e não faz diferença nenhuma. No final eu vou continuar sendo a menininha legal, que é tão bestinha, mas tão bestinha, que só se fode, no começo, durante, e no final.
Não quero mais sorrir se realmente não for engraçado.
Não quero mais abraçar, dar carinho, beijar, dizer "eu to aqui se vc precisar".
Não quero mais pensar em você.



(o caminhão de lixo vai longe, as coisas ficam todas olhando arrependidas pra ela)
ela grita com raiva : e não volte aqui nunca mais


(toca Enfim da Luneta mágica no fundo)

sábado, 15 de maio de 2010

Divagações.

Ambiente agradável. Clima gostoso. Situação neutra. Chuva caindo. Pensamentos aleatórios. Coração tranqüilo.
E isso foi tudo que escolhi? Sim, tirando a chuva.
Alguém comigo? Só dentro do meu pensamento.
Vontade de dormir. Vontade de transformar tudo em "vantajoso" para mim.
Música de fundo? era o barulho da chuva, ela parou, pus o 'Não adianta chorar' própria para o momento, mas eu não a escolhi.
Acredito nas coincidências, e pra mim isso tudo é coincidência.
Desejo tê-lo novamente. Todo mundo fala mal, xinga-o, "diz que não", "não volta", "ele não vai mudar", "ele não gosta de ti". Mas, o que importa? Eu não quero ouvir ninguém, eu nunca ouço, sempre passa despercebido.
Mas é carne, deve ser só desejo carnal, mas eu quero de qualquer maneira, não sei se aguento amanhã, não sei se eu suporto hoje, mas agora eu quero, com tudo.
E ele, será que muda? As vezes acredito que sim, hoje eu acho que não. Ele não ama ninguém, só a si próprio, e o pior, é o "cara estranho" da música dos Los Hermanos. Ele sente falta, mas só por uns instantes, depois que eu completo a carga que falta ele descarta a idéia, como um cigarro que chega ao fim.
Eu não sei, as vezes acho bom não saber, hoje acho bom saber, amanhã não.
O mundo me odeia. Hoje ele me ama? ou 'tá' depositando todo o seu ódio nas minhas esperanças.
Hoje o mundo me ama, me deixa feliz, com vontade de não larga-lo mais, apertando-o entre meus seios, com as mãos em mim. Mas amanhã? nada parece restar, só a vontade de sumir, mas só pra ele sentir a minha falta. E ele sente? não sei, ele não diz.
Eu estou sozinha.
Eu estou sozinha, droga, eu nunca estive antes. E todos aqueles que me amavam, mesmo sendo um dia? Com tudo dentro, com promessas mentirosas, e eu queria, mas só por um dia, só até me completar, e depois descartar como o fim de um cigarro. Quem guarda fins de cigarro? Eu nunca conheci. (Queria conhecer)
Ele não, eu quero pra sempre. Como eu sei? fácil, eu nunca estive assim, eu nunca senti frio na barriga por ninguém por mais de 3 dias, esse frio ja passa de 4 meses.
Ele vem, sorri, faz cara de "não estou nem ai", eu acho que não, finjo que não sinto mais, e pra quê? só por uma sensação gostosa instantânea, mas não vale, eu não quero, eu não vou, não quero.
E se ele lesse minha mente, será que me quereria? E se eu morresse, será que se arrependeria? Será, será, será?
Não entendo essa vontade que eu tenho de fazê-lo feliz. Na verdade eu não entendo nada disso que está acontecendo. Quem diria que um dia eu ia amar alguém.