sábado, 4 de dezembro de 2010

Parafraseando “Luneta Mágica”

Enquanto tocava Roberto, enquanto vozes ecoavam, enquanto águas do rio corriam e batiam forte no barco, eu pensava em mil coisas confusas. Sabia que não deveria ter ido, mas precisava espairecer, a cidade estava me matando e já não bastava me trancar semanas dentro do quarto, era preciso arriscar, enfiar a cabeça no rio, descansar o corpo no barco, percorrer uma longa estrada.
Já tinha chegado a hora da embarcação chegar ao cais. Adeus, solidão! Ou Oi, solidão?
Lá vai ela caminhando pela multidão de águas escuras...
O barco foi partindo pra dizer que o calor não se foi, o barco já foi levando consigo pedaços meus, porque o inteiro já se desfez e eu por onde não sei.



[Luneta mágica é uma banda que tenho bastante afeto. Começa em 2005 quando Chico e Pablo se encontram pela primeira vez e formam uma banda punk, que posteriormente com outros membros seria a Debochantes.. Depois de varias formações a banda realiza varios shows em 2006/2007, com uma musica mais calcada em influencias brasileiras como cartola, chico, mpb, e outros tipos de musica e acaba por questões pessoais dos membros em 2008. E tudo recomeça dois meses (outubro2008) apos o fim da Debochantes com Chico, e Pablo se reecontrando mais uma vez na musica, com outras pessoas e outras experiencias http://www.myspace.com/lunetamagicarock ]

Enfim.

Quantas vezes eu não falei pra não desprezares os sinais do tempo, da natureza, e do destino, porra?
Ai tu estás no meio de quase nada, chorando, lamentando-se, perdido!
Eu que te quis tão bem... Agora te vejo renegado no meio dessas águas turvas, desse verve filho da puta, e da vontade imensa de morrer ou voltar pra chorar em casa.
Embora deveras saiba que os sinais sempre querem dizer-te alguma coisa, mais uma vez tu passas por cima deles como se fosse um caminhão por um asfalto.
Essa tua busca incessante por aventura vai acabar te mutilando, ou pior, me mutilando. E agora o que importará é o que acontecer comigo, porque tu sabes se virar, esquece rápido, diz que não se magoa, mas e eu?
Como se não bastasse tu usas todo o poder e as fagulhas que tem tuas palavras, grita até ficar rouco e depois chora, diz que foi impulso.
Eu juro amor, juro que não vou mais me te amar.

gigante bola vermelha

Conversa imaginária, rio agitado, mundo parado.
ela grita:
-Falaaaaaa! Não cala!
ele ri e responde:
-Calma, o sol já está se pondo!

Balada do asfalto.

Adia-se transas, adia-se noites, adia-se planos e salvações da própria alma, do próprio corpo, há dias sem parar de pensar em ti.
Eu adio tudo pra te perder, mesmo que a maior vontade é te encontrar. Enquanto sofro, tu sofres e suplica pra que todo esse medo e insegurança por mim se exploda junto com o planeta Terra.
Nada te satisfaz, e essa busca adia a vontade de te amar como homem.
Nada me satisfaz, e tu não mudas nada pra que a satisfação aconteça
Sim, “parece fome o que eu sinto”!
Enquanto eu acho que tudo pode mudar com um telefonema, com um telegrama, com uma abertura de janelas esquecidas, tu bebes, eu sofro, tu embriagas-te, eu morro.
Mas vem, não sai de perto, é certo que a gente vai ser sempre assim.