domingo, 26 de setembro de 2010

Migalhas de nathane. (parte 2 )

[Nível de chatice do texto: 10(esse é o máximo)]


Experimento juntar tudo enquanto minha avó, às 4:30 H da manhã, já prepara o café.
Na sala misturo mil coisas sem saber que sabor vai dar, desconfio que findará em nostalgia, embora nostalgia as vezes seja sinônimo de dor para mim.
-Insônia parte 50! Vem cá!
Aperto ela pela barriga e fico na dúvida se a quero ou não. Ela tem me ajudado e sufocado já faz um tempo,mas faz dias que desejo noites tranqüilas.
Nostalgia ataca novamente e me lembra:
~dos tempos que dançava R&B e Hip Hop nas festas da escola, e como eu me exibia com esse (também) artifício de sedução.
~daqueles horários inflexíveis de voltar pra casa que momoin deixava bem claro!
~de como eu ouvia freneticamente 'Get Free' do Vines com o jatobá,deá,caluan,iara, e outros que andava.
~de como achava o Chris Cornell o homem mais lindo do planeta
~como procurava as bandas de punk-rock e riot girl nos livros e internet
~de como queria cantar igual a Rita Lee em alguma mutante banda, ou conseguir gritar igual as meninas do Bulimia, ou replicar com minha voz, parecida do Wander Wildner, em alguma festa punk
~de como não neurava com meu cabelo e minha aparência

Dai dou de cara com uma das programações que se salvam na MTV, o Lab, ironicamente, ou não, toca 'Teenaget riot' do Sonic Youth. Notei que estava no lugar certo, na hora certa! (embora meu sofá velho estivesse machucando minhas costas)
Enquanto escrevia liguei o rádio e mudei de estação procurando algo que me agradasse, achei muitas coisas nostálgicas também, desde de Netinho cantando algo que agora esqueci, bregas, Robertão a um radiojornal que lembrou a minha aula do 1º tempo da quinta passada.


Quando o sono bate,a nostalgia vai embora e enquanto a Ana Maria fala : Acorda menina!

eu já bodei!

domingo, 5 de setembro de 2010

A dama das camélias.

“Os homens têm forças para não perdoar”.
Ele havia grifado em um dos livros que foi trocado para que ambos soubessem o gosto de cada um, no início do romance. Ela só viu os grifos quando aquele romance terminou.
Sabia que tinha sido ele, pois o livro só tinha sido tocado pelos dois, mas longe da história ter sido escrita pra estória deles, não por ela, mas por ele. Quando leu o livro marcou com uma caneta amarelo – incandescente tudo que chamava mais atenção, ele marcou com um lápis preto tudo que queria que ela prestasse atenção.
Lembrou do diálogo no início do romance:
-Posso marcar algumas partes no teu livro também?
-Claro que pode.
A voz dela ainda era doce, a voz dele parecia doce, embora não fosse, embora doce só tenha o sido a vontade de ser ele o cara dela.
Tempos depois de ela ter se machucado que conseguiu encontrar tudo que deveria ter achado antes de se lançar naquela piscina cheia de cacos de vidro e álcool etílico. (exagerei, mas é melhor que maldito romance)
Outro grife de lapiseira dizia:
“Oh! O homem é pequeno e bem vil quando uma de suas estreitas paixões é ferida”.
Alguém já tinha feito objeções sobre aquele rapaz, alguém falou que se ela não hesitasse em se arriscar iria se machucar, visto que ele era repleto de mágoas de um antigo amor que o tornou um reles idiota.
Ela não hesitou. Ela se machucou.
As últimas palavras marcadas para ela foram:
“Se os homens soubessem o que podem obter com uma lágrima, seriam mais amados...”.
Depois daquelas lágrimas na face endurecida, daquelas lágrimas fingidas, daquele sofrimento manifesto envolto de mentiras, ela achava que o tinha amado mais.
Isso foi parte de coisas que ele não quis deixar claro, isso foi o que ela encontrou depois de tê-lo esquecido, isso foi o que a trouxe inspiração, visto que a tal inspiração só aparece quando ela sofre...
E foi com a morte de Marguerite que morreu também aquele quase amor.