terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O cara dos 2 minutos.

E eu pedi bem mais que dois minutos. Dois dias. Duas ligações. Dois beijos. Dois peixes. Dois tempos para amá-lo.
Depois disso brotou bem mais que amor. Nasceu no doce e intocável coração aquilo bem mais que paixão. Renasceu na vontade de abraçar o mundo o desejo de abraçar só a ele, ninguém mais servia, ninguém mais supria aquilo que ela tanto esperava.
Dos beijos encaixáveis, dos abraços escondidos em paradas lunares, dos risos longos e bobos, dos desabafos tontos e tolos, das repetições de sinônimos sem que sejam precisas, de toda ânsia de encontrá-lo, das voltas pelas cidades, do carregamento de peso nas costas tortas, do teatro de crianças pedindo carinho pediu-se somente dois tempos, dois tempos para que ela o amasse.
Mal ela sabia que tão rápido aconteceria, que tão rápido ela se encantaria. Caiu, como um peixe fora do aquário, gritou baixinho por socorro “me ama, me ama”, não foi atendida, mesmo achando que tinha sido.
Restou a dor, “nossa essa doeu!”
Calou-se enquanto sarava, calou-se enquanto secava, secou e ele notou, mesmo assim não a amava.
Carinho ali existia. Carinho x Carinhamor. O carinho ganhou, mas o amor nunca morreu. Mas ele não precisava saber, embora ele tão bem soubesse de tudo que ela sentia.
Um dia ela chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar com a “Valsinha” do Chico na cabeça e resolveu falar com ele. Confessou tudo, desde encontros que pareciam por acaso até os despreziveis olhares que ela o lançava. Ele riu, mas um riso diferente. Notou-se ali a sinceridade dele, mas mesmo assim os dois minutos não se prolongariam por duas vidas, afinal lá estava ela amando o cara que permanece apaixonado somente por dois minutos até que outro alguém apareça.
Ela seguiu a sua vida, triste, mas amando-o.
Bobinha.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

croniquinha de domingo,

O primeiro me chegou como se chegasse pra me perturbar. Ele perturbou.
Os olhos cansados e vivos. Cansados, vivos e perdidos. Como pode tudo isso? Não sei, mas veio.
O primeiro me chegou como se me procurasse, como se me desejasse, tão perto e tão longe, mas que me tivesse. Ele me teve.
O primeiro me chegou como as chuvas que caem todos os dias do mês de fevereiro na minha cidade natal, que eu nem lembro se nos outros fevereiros cairam, mas que caiu pra esfriar um pouco, mas bem mais pra esquentar .
O primeiro me chegou como se fosse pra me amar, não me amou, mas eu o amei, e amei como se não fosse amar mais ninguém. Sim o amei como se fosse o único, como se fosse o último, como se fosse sábado, como se fosse um bêbado.
O primeiro me chegou como um longo gole de cachaça no estômago vazio, com cheiro de tabaco no corpo, como se viesse pra ser meu. É meu, foi meu.
E veio. Me pegou pelas mãos, me tirou pra dançar, assinou minha carta de alforria, causou em mim grande alegria. Tudo isso pra depois me abandonar.
E foi. Me deixou molhada e nao me enxugou, me deixou cansada, e nao se importou, me deixou quebrada e mais e mais me quebrou.
E veio novamente. Com outras garotas ao lado, com um ar de cansado, cansado de procurar um amor.
E foi pra depois voltar. Ficou só. Gostou.
Eu fui pra salvá-lo, ele sabe que ficar só não é tao bom, ele sabe, embora não saiba que fui eu que o tirou dessa prisão.
Mais livre que eu, ele foi. Mais forte que eu conseguiu ser. Amar mais que eu, nunca.

O primeiro, ah o primeiro, eu digo o único, ele nunca será meu, mas sempre terá o meu amor.