segunda-feira, 5 de julho de 2010

Sonho intranqüilo. (parte 2)

Antes das oito da noite já sentia sono. Sua mãe havia pedido pra lavar e cozinhar algumas batatas pra um suposto purê que iria ser servido no jantar.Não conseguiu nem responder que não dava, já sentia-se longe enquanto ela reclamava porque ela nunca ajudava nos afazeres domésticos.

Quando viu estava em outros tempos, tempos esses antigos, antigos misturados com modernos, pedras, pirâmides e animais exóticos, pessoas com vestimentas estranhas, e havia também algumas se preparando para ir a uma festa. Ops,ela era uma dessas. Num lugar totalmente desconhecido, cheio de empregadas a seu dispor, lutava pra encontrar um vestido decente (que tava mais pra indecente).

-Eu quero um vestido tubinho, preto, justo e curto de preferência!

Ela exigia, enquanto os que estavam com ela já tinha desistido de esperá-la e enquanto os empregados achavam-a nojenta.

Nada feito, nada de tubinho, nada de festa,se aquietou e vestiu de volta o que antes lhe cobria, um macacão jeans com uma blusa vermelha por dentro que lhe deixava parecida com o Mário Bros, do video-game.

No fim da sua tristeza, por não poder mais comparecer ao último show da Velvet underground foi transportada, sabe Deus como, pra uma grande reunião e sabe-se lá de que. Chegou sentou, tinha mudado a roupa,estava bonita.

Tinha um cara na festa, que parecia o anfitrião, e não parava de olhá-la, logo pediu ajuda para procurar algo perdido e que era importante. Ela foi.

Acabou fazendo besteiras, como sempre. O matou sem querer, derrubou uma grande pedra com uma grande força, que não sabe de onde veio, na sua cabeça, e todos correram atrás dela querendo vingar a morte até então parecida premeditada.

Correu, correu pouco, quando viu já estava em casa, e quando entrou não é que deu de cara com o cara que tinha matado? que cara esperto! Observou e ele também aparecia na TV em um filme da sessão da tarde. Sentou no sofá ele começou a tocá-la, primeiro nos seios e depois nas coxas, enquanto isso com a outra mão ele riscava com a faca desenhos egipcios na coxa dele. Ela teve medo.

Deu um pulo e ajeitou sua roupa, na mesma hora sua mãe levanta e diz:

- Ah, minha filha, ja acordou? tem purê de batatas pro jantar.

Ela olhou pro lado e não lhe viu mais, mas ja sabe como vai fazer quando não tiver inspiração pra escrever: deitará e deixará os sonhos estranhos lhe jantarem.

3 comentários:

  1. A busca não pára. O tempo não morre. Não me diga se existe um final, e nem se ela será feliz ou não. Isso seria realmente importante pra você? Felicidade é uma questão de perspectiva.

    Nunca pare de mostrar ao mundo os pedaços de Nathane Dovale.

    Um beijo salgado.

    ResponderExcluir
  2. "certa manhã Gregor Samsa acordou de sonhos intranquilos"...

    ResponderExcluir
  3. "... mas já sabe como vai fazer quando não tiver inspiração pra escrever: deitará e vai deixar os sonhos estranhos lhe jantarem." Esse trecho é estupendo!
    Muito bom o blog, beijos.

    ResponderExcluir