sábado, 26 de junho de 2010

Cinzas

Nascida de um ato
a vida é posicionada nos lábios
o fogo da vontade a acende.
As primeiras tragadas, o sabor.
Entre a fumaça, o prazer e a dor.
Os dedos marcados se movimentam
queimados pelas cinzas,
conduzem a vida:
Mais um trago te ansia.
O mesmo fogo que a cria
vai consumindo-a devagar
No final apenas cinzas?
O que será que vai ficar?
Resta apenas no vazio
a fumaça dissipar.

[Henrique Guimarães]

Um comentário:

  1. Eu poderia encontrar esse poema no vento frio de algum lugar ou do mesmo lugar; poderia simplesmente não encontra-lo; poderia guarda-lo pra mim até quando eu quisesse ficar sozinha; poderia ficar sozinha só pelo fato de guarda-lo comigo.. Em meio a todo vazio o seu silêncio fala comigo. Sempre falou. E eu saberia. Eu escutaria o vento bem devagar e sentiria cada som que sai do seu poema por saber que viria de você.

    Beijo, Henrique :*

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