sábado, 26 de junho de 2010

O inferno e as mãos.

Sai dentre o tormento, tudo coberto.
E fatalmente próximo ao deserto,
Teu tesão morre místico, estirado.
Explode e goza, “finde ensopado”

Contrai as pernas, o rosto, 'dentra estase.
E o torpor varre, tinge tal enlevo
Percebe e desejas teu carnal-sevo,
Rasga os lábios inertes dentre una fase!

O inferno é quente, trágico, liberta.
Escorre o filho Édipo em substância,
Endogamia mental. Ó júbilo orienta!

O tempo adormece e o lento passa inquieto.
Ó Fera transparente, sanguinária,
Culpa e afoga o mensageiro do incesto!

[Júlio Henrique]

5 comentários:

  1. Seu puto...ficou bom pakas!

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  2. O mistério do incesto....Seria o Édipo em substancia nas maos...ou edipo em substancia em Jocasta?/huahuahuhu Muitoooo bom o Poema...forte e expressivo...bem coisa tua essa mescla entre simbolismo e impressionismo...

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  3. Ainda bem que guardei todos os teus poemas.
    Desde os mais antigos, quando, simbolismo e impressionismo à parte, simples ainda eram.
    Quando for reconhecido pela sua literatura, satisfeita vou ler aquela parte dela que ninguém conhece.
    Para cada mês um poema, os quais você não me entregou.
    À exceção do de maio, que guardei com carinho.
    Muitos anos se passaram, e tua erudição aumentou.
    Mas rimas ricas e métricas complexas à parte, tua essência permanece a mesma...

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  4. Só vc conhecerá aqueles poemas...mais niguem!

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