quarta-feira, 21 de julho de 2010

medo.

Que estranho foi acordar com o telefonema e sentir o mesmo medo que tive ao avistar o rio correndo e pedras enormes esperando que eu me lançasse e quebrasse todos os ossos.
Eu sempre penso em me jogar quando estou em um lugar muito alto e sinto aquele prazer indecifrável que é estar ali e como seria se eu tivesse coragem.
Não entendo o porquê do medo vir com essa velocidade,eu nunca deixei ele entrar...sempre falei:

-FICA AI FORA, eu não demoro, mas não venha comigo!

Ele obedecia. Agora ele entra e se joga no sofá com as botas sujas de barro, abre a geladeira sem pedir, toma minha última cerveja, fuma meus cigarros e machuca meus cachorros com as mãos. E eu? o que está acontecendo? eu não faço nada, só reclamo e baixinho pra ele não ouvir.

Eu queria aquele lugar onde estava, um campo grande... Já projetava várias festas pros meus amigos e já os advertia quanto ao uso excessivo de drogas, tinha medo que algum sentisse vontade de conhecer as pedras lá embaixo, aquelas que estavam me aguardando para machucar o meu corpo, para me matar, só eu, mais ninguém.

Caminhei por fora e por dentro da casa, comi uns frutos.

Minha mãe falava: - Não tem medo, vai dar tudo certo.

Enquanto ela falava ele tava ali do meu lado, segurando firme na minha mão, com muita força me machucando... era pequeno, mas era forte. Eu sangrava por dentro e por fora sangrava em forma de lágrimas, eu gritava por ajuda, ele ria, gargalhava... Ninguém o via e ninguém me via. Ele abstrato, eu concreta.

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